sexta-feira, 31 de julho de 2009

EFEMÉRIDES DE 31 DE JULHO

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EFEMÉRIDES DE 30 DE JULHO

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EFEMÉRIDES DE 29 DE JULHO

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terça-feira, 28 de julho de 2009

CONCERTO FINAL DE MESTRADO DO MAESTRO HELDER ABREU

A Sociedade Musical Gouveense, sob a regência do Maestro Helder Abreu, irá realizar um concerto no Teatro Cine de Gouveia no próximo dia 30 de Julho, pelas 21h30. Tal concerto constitui a prova final do Mestrado em Direcção de Orquestra de Sopros, pelo Instituto Piaget de Almada, do Maestro Helder Abreu.

Para a conclusão da sua tese de mestrado intitulada “O Repertório da Sociedade Musical Gouveense”, tem como orientadores a Professora Doutora Paula Gomes Ribeiro e o Maestro Alberto Roque. O concerto pela Sociedade Musical Gouveense no dia 30 de Julho é a prova final prática da tese e será subordinado à temática “Música e Religião”, sendo constituído pelo seguinte programa:
  • Romanesco - Luís Cardoso
  • Psalm for Band, Op. 53 - Vincent Persichetti
  • Gloriosa, Symphonic Poem For Band - Yasuhide Ito
  • Vesuvius - Frank Ticheli
O júri do concerto/exame final é composto pelos maestros: Alberto Roque, Jean-Sebastien Bereau e Capitão João Cerqueira. O concerto é organizado pela Sociedade Musical Gouveense e pelo Instituto Piaget, sendo aberto ao público em geral com entrada gratuita.
http://bandagouveia.blogspot.com/

EFEMÉRIDES DE 28 DE JULHO

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EFEMÉRIDES DE 27 DE JULHO

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EFEMÉRIDES DE 26 DE JULHO

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EFEMÉRIDES DE 25 DE JULHO

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sexta-feira, 24 de julho de 2009

quinta-feira, 23 de julho de 2009

MANUEL ALEGRE DESPEDE-SE DO PARLAMENTO APÓS 34 ANOS

Deputado desde a Constituinte e o parlamentar com mais anos em exercício de funções, Manuel Alegre não falhou a eleição em nenhuma das dez Legislaturas que decorreram desde 1976, deixando a sua marca em momentos importantes, como na redacção do Preâmbulo da Constituição.

Nas três últimas Legislaturas, o deputado, poeta e um dos fundadores do PS exerceu também o cargo de vice-presidente da Assembleia da República.

Contudo, ao longo destes 34 anos de Parlamento, foi nos últimos quatro que se registou um maior afastamento em relação às propostas defendidas pelos socialistas, que culminou com o anúncio a 15 de Maio da sua decisão de não voltar a integrar as listas do PS nas legislativas de 27 de Setembro, apesar de se manter no partido.

Na altura, o 'histórico' socialista alegou divergências políticas com a actual linha do partido, considerando que não seria "digno dos combates" que travou "impor condições e exigências a quem quer que seja".

"Entendi que a grande exigência era comigo mesmo e que, nestas condições, não poderia ser candidato a deputado", justificou Manuel Alegre, reconhecendo que "obviamente há divergências" com a linha que está a ser seguida pelo PS de José Sócrates.

Mais recentemente, há cerca de duas semanas, Manuel Alegre admitiu, em declarações à Lusa, que a "razão principal" da sua saída das listas do partido é a aprovação do Código de Trabalho, que classificou como algo "muito negativo".

Porém, além do Código do Trabalho, outros diplomas levaram Manuel Alegre a romper com a disciplina de voto imposta pela bancada socialista, nomeadamente no caso do casamento entre homossexuais ou na proposta de suspensão da avaliação dos professores.

Já fora do Parlamento, nas últimas eleições presidenciais Manuel Alegre foi ainda mais longe na clivagem com o PS, apresentando-se como candidato independente contra o candidato apoiado pelo PS, Mário Soares.

Para o futuro, Manuel Alegre apenas promete uma coisa: "vou tomar posição pelo PS, mantendo todas as divergências e apesar de todas as diferenças sou do PS e manterei a minha posição pelo PS".

Entre as recordações que leva dos 34 anos, "quase metade da vida", passados na Assembleia da República, o 'histórico socialista' destaca "com emoção" os momentos da "construção, da fundação da democracia na Assembleia Constituinte", os "primeiros momentos em que havia uma grande convicção e um grande idealismo", a sensação de que se estava "a construir um país novo, a fazer história".

A partir de sexta-feira, já "mais solto", como admitiu quando anunciou a sua decisão de não voltar a entrar nas listas socialistas, Manuel Alegre, que garante não ser "um político calculista", continuará a travar as batalhas que entender.

"As batalhas que é preciso travar eu costumo travá-las. Na altura se verá", afirmou há cerca de dois meses, quando questionado sobre uma eventual candidatura nas próximas eleições presidenciais de 2011.

in Expresso

EFEMÉRIDES DE 23 DE JULHO

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quarta-feira, 22 de julho de 2009

segunda-feira, 20 de julho de 2009

domingo, 19 de julho de 2009

EFEMÉRIDES DE 19 DE JULHO

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sábado, 18 de julho de 2009

CONCERTOS DE VERÃO - FILARMÓNICA MOIMENTENSE (II)

Integrado no projecto "Concertos de Verão" promovido pela câmara municipal de Gouveia, a Sociedade Recreativa e Musical de Moimenta da Serra, sob a regência de Edgar Arcanjo, irá realizar um concerto às 16h no próximo dia 19 de Julho (Domingo) em Vila Franca da Serra junto ao jardim. Do programa constam as seguintes obras (sujeitas a alteração sem aviso prévio):

  • Alma de Maestro - A. Madureira (Marcha de Concerto)
  • Sousa: The March King - John Philip Sousa; Arr. Larry Clark (Selecção de Marchas)
  • Queen's Park Melody - Jacob de Haan (Ligeiro)
  • Uma Noite em Lisboa - Vários; Arr. Álvaro Reis (Fantasia Alfacinha)
  • Tributo a Carlos Paião - Carlos Paião; Arr. Álvaro Reis (Medley)
  • The Ketchup Song: Asereje - Ruiz Gomez e Francisco Manuel; Arr. Frank Bernaerts (Ligeiro)
  • I Will Follow Him - Stole, Del Roma, Plante; Arr. Ron Sebregts (Ligeiro)
  • Hey Baby (Uh, Ah) - Bruce Channel e Margaret Cobb; Arr. Jan van Kraeydonck (Ligeiro)
  • Gouveia em Marcha - Luís Cardoso (Marcha de Desfile)

GRIPE A - SINTOMAS

Porque parece que não há mais nenhuma doença em Portugal, aqui ficam os sinais de alerta para que se possa distinguir esta estirpe do vírus das outras consideradas "normais" ou "benignas":

EFEMÉRIDES DE 18 DE JULHO

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sexta-feira, 17 de julho de 2009

CONCERTO FINAL DO 4.º CURSO DE APERFEIÇOAMENTO INTERPRETATIVO

Realiza-se no próximo dia 17 de Julho, pelas 21h30min, no Anfiteatro Municipal de Seia, o Concerto Final do 4º Curso de Aperfeiçoamento Interpretativo, promovido pelo Conservatório de Música de Seia "Collegium Musicum". A orquestra de sopros formada por cerca de 80 jovens que frequentaram o curso e dirigidos pelos Maestros Helder Abreu e Nuno Pinheiro irá interpretar os seguinte repertório:
  • Into the Storm - Robert Smith
  • Madrigalum - Philip Sparke
  • Backdraft - Hans Zimmer, arr. Masato Myokoin
  • America - Leonard Bernstein, arr. Michael Brown

LOUCO DO SÉCULO XXI

TU SABES QUE ESTÁS A FICAR LOUCO NO SÉCULO XXI QUANDO:

1. Envias um e-mail ou usas o Messenger para conversar com a pessoa que trabalha na mesa ao teu lado;

2. Usas o telemóvel na garagem de casa para pedir a alguém que te ajude a levar as compras;

3. Esquecendo o telemóvel em casa (coisa que não tinhas há 10 anos atrás), ficas apavorado e voltas para buscá-lo;

4. Levantas-te pela manhã e quase que ligas o computador antes de tomar o café;

5. Conheces o significado de tb, qd, cmg, mm, dps, k, ...;

6. Não sabes o preço de um envelope comum;

7. A maioria das piadas que conheces, recebeste por e-mail (e ainda por cima ris sozinho...);

8. Dizes o nome da tua empresa quando atendes ao telefone em tua própria casa (ou até mesmo o telemóvel!!);

Digitas o '0' para telefonar de tua casa;

10. Vais para o trabalho quando está a amanhecer, voltas para casa quando anoitece;

11. Quando o teu computador para de funcionar, parece que foi o teu coração que parou;

11. Estás a ler esta lista e a concordar com a cabeça e sorrir;

12. Estás a concordar tão interessado na leitura que nem reparaste que a lista não tem o número 9;

13. Retornaste à lista para verificar se era verdade que faltava o número 9 e nem viste que há dois números 11;

14. E AGORA ESTÁS A RIR DE TI MESMO!!!

Feliz modernidade

EFEMÉRIDES DE 17 DE JULHO

17 de julho: Dia mundial contra a seca e a desertificação.

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EFEMÉRIDES DE 16 DE JULHO

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EFEMÉRIDES DE 15 DE JULHO

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EFEMÉRIDES DE 14 DE JULHO

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segunda-feira, 13 de julho de 2009

TEMPORADA ABERTA

EFEMÉRIDES DE 13 DE JULHO

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domingo, 12 de julho de 2009

MANUEL ALEGRE PEDE "SOBRESSALTO À ESQUERDA"

Manuel Alegre pediu hoje uma mudança urgente de estilo, de políticas e de pessoas no PS e apelou a um “sobressalto à esquerda” num artigo de opinião publicado no semanário “Expresso”.

O “histórico” socialista, deputado há 34 anos, confessa que gostaria de ter visto o partido governar de outra maneira e sublinhou a necessidade de este não esquecer a “sua” esquerda, pondo de lado um “discurso emprestado”.

Apesar de pedir um pouco mais de esquerda, Alegre esclarece que continua a querer o PS, ainda que admita a perda de grande parte da sua base social.

No entanto, lembra, ainda há tempo para o partido “acordar”.

Ontem, em declarações à agência Lusa, Alegre disse que a “razão principal” para a sua saída da lista de deputados para as próximas legislativas foi a aprovação do Código do Trabalho pelo PS. “O Código do Trabalho é muito negativo”, contou no último dia de trabalhos normais da Assembleia da República – ainda há uma sessão plenária no dia 23 – antes do final da legislatura.

O deputado contou que teve outros convites por parte da direcção do partido mas a sua resposta está dada: “Não posso estar a dizer isso [que não está disponível] de hora a hora. É ridículo. Já disse que não integro as listas, está feito”.

Sobre as políticas do Governo de José Sócrates e o futuro do PS, Alegre comentou que se achasse que o partido “estava a ir na direcção certa com certeza que era candidato a deputado”.

in Público

EFEMÉRIDES DE 12 DE JULHO

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sábado, 11 de julho de 2009

sexta-feira, 10 de julho de 2009

CONCERTOS DE VERÃO - FILARMÓNICA MOIMENTENSE

Integrado no projecto "Concertos de Verão" promovido pela câmara municipal de Gouveia, a Sociedade Recreativa e Musical de Moimenta da Serra, sob a regência de Edgar Arcanjo, irá realizar 2 (dois) concertos às 16h nos próximos dias 12 Julho em Folgosinho no adro da igreja matriz e no dia 19 de Julho em Vila Franca da Serra junto ao jardim. Do programa constam as seguintes obras (sujeitas a alteração sem aviso prévio):

  • Alma de Maestro - A. Madureira (Marcha de Concerto)
  • Sousa: The March King - John Philip Sousa; Arr. Larry Clark (Selecção de Marchas)
  • Queen's Park Melody - Jacob de Haan (Ligeiro)
  • Uma Noite em Lisboa - Vários; Arr. Álvaro Reis (Fantasia Alfacinha)
  • Tributo a Carlos Paião - Carlos Paião; Arr. Álvaro Reis (Medley)
  • The Ketchup Song: Asereje - Ruiz Gomez e Francisco Manuel; Arr. Frank Bernaerts (Ligeiro)
  • I Will Follow Him - Stole, Del Roma, Plante; Arr. Ron Sebregts (Ligeiro)
  • Hey Baby (Uh, Ah) - Bruce Channel e Margaret Cobb; Arr. Jan van Kraeydonck (Ligeiro)
  • Gouveia em Marcha - Luís Cardoso (Marcha de Desfile)

BANDA SINFÓNICA PORTUGUESA - UMA CASA PORTUGUESA

Domingo | 12 Julho 2009
12:00, Sala Suggia

A música portuguesa para banda é o tema de mais um concerto da Banda Sinfónica Portuguesa na Casa da Música. O jovem agrupamento tem-se afirmado rapidamente a nível nacional e internacional, com a conquista em 2008 de um 1º Prémio no II Concurso Internacional de Bandas de La Sénia, na Catalunha. Nesta ocasião são apresentadas três obras nacionais em estreia absoluta, sob a direcção dos próprios compositores.

Banda Sinfónica Portuguesa: 3 Estreias mundiais dirigidas pelos próprios compositores e 3 solistas convidados - Quarteto de Saxofones, Sérgio Carolino e Mário Marques.

Programa:

cOnCeRtO pArA qUaRtEtO dE sAxOfOnEs de Jorge Salgueiro *
Solista: Quarteto de Saxofones do Porto
Gilberto Bernardes - Saxofone Soprano
Francisco Ferreira - Saxofone Alto
Carlos Ramalho - Saxoone Tenor
Hugo Marinheiro - Saxofone Barítono
Direcção: Jorge Salgueiro

Duplo Concerto para Tuba e Saxofone Tenor * de Luís Cardoso
Solistas:
Sérgio Carolino - Tuba
Mário Marques - Saxofone Tenor
Direcção: Luís Cardoso

Variações Sinfónicas sobre uma canção popular alentejana de Joly Braga Santos
(Transcrição: José Ferreira de Brito)

Fantastic Variations * de Luís Carvalho
Direcção das 2 obras acima: Luís Carvalho

* Estreias mundiais

mais informações:

http://www.myspace.com/umacasaportuguesa

http://www.casadamusica.com/CulturalAgenda/event_detail.aspx?id=&idShow=BE3B62A4-44AE-4087-ACFF-E9CC7B2B6745&channelID=88336178-9C5F-4C5E-9B13-94BD253EB8D7&contentID=1080EBDC-D154-4D3F-8AFF-EDB08C1A3AEB&leftChannelID=88336178-9C5F-4C5E-9B13-94BD253EB8D7

EFEMÉRIDES DE 10 DE JULHO

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quinta-feira, 9 de julho de 2009

25.º ANIVERSÁRIO DA BANDA FILARMÓNICA DE PÍNZIO

Comemora-se nos próximos dias 11 e 12 de Julho o 25º Aniversário da Banda Filarmónica de Pínzio, com a participação das seguintes bandas:
O programa é o seguinte:
  • 11 de Julho - 21h30 - Concerto pela Banda Filarmónica de Pínzio
  • 12 de Julho - 10h30 - Missa abrilhantada pelo coro infantil da escola de música
  • 12 de Julho - 14h30 - Recepção e desfile das bandas convidadas
  • 12 de Julho - 15h30 - Concerto pelas bandas convidadas
http://bandagouveia.blogspot.com/

ESTA NOITE SONHEI COM MÁRIO LINO - por Miguel Sousa Tavares

Segunda-feira passada, a meio da tarde, faço a A-6, em direcção a Espanha e na companhia de uma amiga estrangeira; quarta-feira de manhã, refaço o mesmo percurso, em sentido inverso, rumo a Lisboa. Tanto para lá como para cá, é uma auto-estrada luxuosa e fantasma. Em contrapartida, numa breve incursão pela estrada nacional, entre Arraiolos e Borba, vamos encontrar um trânsito cerrado, composto esmagadoramente por camiões de mercadorias espanhóis. Vinda de um país onde as auto-estradas estão sempre cheias, ela está espantada com o que vê:
- É sempre assim, esta auto-estrada?
- Assim, como?
- Deserta, magnífica, sem trânsito?
- É, é sempre assim.
- Todos os dias?
- Todos, menos ao domingo, que sempre tem mais gente.
- Mas, se não há trânsito, porque a fizeram?
- Porque havia dinheiro para gastar dos Fundos Europeus, e porque diziam que o desenvolvimento era isto.
- E têm mais auto-estradas destas?
- Várias e ainda temos outras em construção: só de Lisboa para o Porto, vamos ficar com três. Entre S. Paulo e o Rio de Janeiro, por exemplo, não há nenhuma: só uns quilómetros à saída de S. Paulo e outros à chegada ao Rio. Nós vamos ter três entre o Porto e Lisboa: é a aposta no automóvel, na poupança de energia, nos acordos de Quioto, etc. - respondi, rindo-me.
- E, já agora, porque é que a auto-estrada está deserta e a estrada nacional está cheia de camiões?
- Porque assim não pagam portagem.
- E porque são quase todos espanhóis?
- Vêm trazer-nos comida.
- Mas vocês não têm agricultura?
- Não: a Europa paga-nos para não ter. E os nossos agricultores dizem que produzir não é rentável.
- Mas para os espanhóis é?
- Pelos vistos...
Ela ficou a pensar um pouco e voltou à carga:
- Mas porque não investem antes no comboio?
- Investimos, mas não resultou.
- Não resultou, como?
- Houve aí uns experts que gastaram uma fortuna a modernizar a linha Lisboa-Porto, com comboios pendulares e tudo, mas não resultou.
- Mas porquê?
- Olha, é assim: a maior parte do tempo, o comboio não 'pendula'; e, quando 'pendula', enjoa de morte. Não há sinal de telemóvel nem Internet, não há restaurante, há apenas um bar infecto e, de facto, o único sinal de 'modernidade' foi proibirem de fumar em qualquer espaço do comboio. Por isso, as pessoas preferem ir de carro e a companhia ferroviária do Estado perde centenas de milhões todos os anos.
- E gastaram nisso uma fortuna?
- Gastámos. E a única coisa que se conseguiu foi tirar 25 minutos às três horas e meia que demorava a viagem há cinquenta anos...
- Estás a brincar comigo!
- Não, estou a falar a sério!
- E o que fizeram a esses incompetentes?
- Nada. Ou melhor, agora vão dar-lhes uma nova oportunidade, que é encherem o país de TGV: Porto-Lisboa, Porto-Vigo, Madrid-Lisboa... e ainda há umas ameaças de fazerem outro no Algarve e outro no Centro.
- Mas que tamanho tem Portugal, de cima a baixo?
- Do ponto mais a norte ao ponto mais a sul, 561 km.
Ela ficou a olhar para mim, sem saber se era para acreditar ou não.
- Mas, ao menos, o TGV vai directo de Lisboa ao Porto?
- Não, pára em várias estações: de cima para baixo e se a memória não me falha, pára em Aveiro, para os compensar por não arrancarmos já com o TGV deles para Salamanca; depois, pára em Coimbra para não ofender o prof. Vital Moreira, que é muito importante lá; a seguir, pára numa aldeia chamada Ota, para os compensar por não terem feito lá o novo aeroporto de Lisboa; depois, pára em Alcochete, a sul de Lisboa, onde ficará o futuro aeroporto; e, finalmente, pára em Lisboa, em duas estações.
- Como: então o TGV vem do Norte, ultrapassa Lisboa pelo sul, e depois volta para trás e entra em Lisboa?
- Isso mesmo.
- E como entra em Lisboa?
- Por uma nova ponte que vão fazer.
- Uma ponte ferroviária?
- E rodoviária também: vai trazer mais uns vinte ou trinta mil carros todos os dias para Lisboa.
- Mas isso é o caos, Lisboa já está congestionada de carros!
- Pois é.
- E, então?
- Então, nada. São os especialistas que decidiram assim.
Ela ficou pensativa outra vez. Manifestamente, o assunto estava a fasciná-la.
- E, desculpa lá, esse TGV para Madrid vai ter passageiros? Se a auto-estrada está deserta...
- Não, não vai ter.
- Não vai? Então, vai ser uma ruína!
- Não, é preciso distinguir: para as empresas que o vão construir e para os bancos que o vão capitalizar, vai ser um negócio fantástico! A exploração é que vai ser uma ruína - aliás, já admitida pelo Governo - porque, de facto, nem os especialistas conseguem encontrar passageiros que cheguem para o justificar.
- E quem paga os prejuízos da exploração: as empresas construtoras?
- Naaaão! Quem paga são os contribuintes! Aqui a regra é essa!
- E vocês não despedem o Governo?
- Talvez, mas não serve de muito: quem assinou os acordos para o TGV com Espanha foi a oposição, quando era governo...
- Que país o vosso! Mas qual é o argumento dos governos para fazerem um TGV que já sabem que vai perder dinheiro?
- Dizem que não podemos ficar fora da Rede Europeia de Alta Velocidade.
- O que é isso? Ir em TGV de Lisboa a Helsínquia?
- A Helsínquia, não, porque os países escandinavos não têm TGV.
- Como? Então, os países mais evoluídos da Europa não têm TGV e vocês têm de ter?
- É, dizem que assim entramos mais depressa na modernidade.
Fizemos mais uns quilómetros de deserto rodoviário de luxo, até que ela pareceu lembrar-se de qualquer coisa que tinha ficado para trás:
- E esse novo aeroporto de que falaste, é o quê?
- O novo aeroporto internacional de Lisboa, do lado de lá do rio e a uns 50 quilómetros de Lisboa.
- Mas vocês vão fechar este aeroporto que é um luxo, quase no centro da cidade, e fazer um novo?
- É isso mesmo. Dizem que este está saturado.
- Não me pareceu nada...
- Porque não está: cada vez tem menos voos e só este ano a TAP vai cancelar cerca de 20.000. O que está a crescer são os voos das low-cost, que, aliás, estão a liquidar a TAP.
- Mas, então, porque não fazem como se faz em todo o lado, que é deixar as companhias de linha no aeroporto principal e chutar as low-cost para um pequeno aeroporto de periferia? Não têm nenhum disponível?
- Temos vários. Mas os especialistas dizem que o novo aeroporto vai ser um hub ibérico, fazendo a trasfega de todos os voos da América do Sul para a Europa: um sucesso garantido.
- E tu acreditas nisso?
- Eu acredito em tudo e não acredito em nada. Olha ali ao fundo: sabes o que é aquilo?
- Um lago enorme! Extraordinário!
- Não: é a barragem de Alqueva, a maior da Europa.
- Ena! Deve produzir energia para meio país!
- Praticamente zero.
- A sério? Mas, ao menos, não vos faltará água para beber!
- A água não é potável: já vem contaminada de Espanha.
- Já não sei se estás a gozar comigo ou não, mas, se não serve para beber, serve para regar - ou nem isso?
- Servir, serve, mas vai demorar vinte ou mais anos até instalarem o perímetro de rega, porque, como te disse, aqui acredita-se que a agricultura não tem futuro: antes, porque não havia água; agora, porque há água a mais.
- Estás a dizer-me que fizeram a maior barragem da Europa e não serve para nada?
- Vai servir para regar campos de golfe e urbanizações turísticas, que é o que nós fazemos mais e melhor.
Apesar do sol de frente, impiedoso, ela tirou os óculos escuros e virou-se para me olhar bem de frente:
- Desculpa lá a última pergunta: vocês são doidos ou são ricos?
- Antes, éramos só doidos e fizemos algumas coisas notáveis por esse mundo fora; depois, disseram-nos que afinal éramos ricos e desatámos a fazer todas as asneiras possíveis cá dentro; em breve, voltaremos a ser pobres e enlouqueceremos de vez.
Ela voltou a colocar os óculos de sol e a recostar-se para trás no assento. E suspirou:
- Bem, uma coisa posso dizer: há poucos países tão agradáveis para viajar como Portugal! Olha-me só para esta auto-estrada sem ninguém!