terça-feira, 17 de agosto de 2010

DESCRIÇÃO DE ALGUNS ELEMENTOS DA BANDA FILARMÓNICA

Flautista (Fêmea) - Normalmente é a boazona que não percebe nada de música, mas acha o som da flauta “lindo” e adora tocar na banda porque pode “conhecer pessoas”. Vira os papéis ao “artista” acima mencionado e perde mais tempo a pentear-se do que a tocar. Mais cedo, ou mais tarde, vai acabar por casar com um dos chefes de naipe… ou até mesmo com o maestro.

Oboista (macho) - É uma espécie de flautista, mas menos arrogante e mais amigo de copos, apesar de, secretamente, achar-se superior por tocar “um instrumento de orquestra”. Sempre acompanhado de 3.564.947 acessórios, perde tanto tempo a preparar a palheta para depois, na hora do solo, sair aquele guincho tradicional do oboé que mais parece um pato com cio. Diverte-se a olhar para o resto da banda nas arruadas e procissões

Clarinetista I (fêmea) - Toca tanto ou melhor que o chefe de naipe, mas por ser miúda fica para trás. Estuda que se farta mas a falta de força faz com que ninguém ouça os seus solos. Também toca todas as marchas de cor, mas afinada. Ninguém sabe, nem sequer desconfia, mas é o elemento da banda com a vida sexual mais activa.

Clarinetista II (macho e fêmea) - Possivelmente os músicos da banda que mais trabalham para o conjunto, isto porque esfolam-se todos para chegar a I. Ouvem centenas de vezes a frase: “Tu até podias tocar primeiro mas a tua presença nos segundos é importante para a banda.”

Clarinetista III - esta secção da banda é habitada pelas seguintes espécies: o puto ranhoso que começou agora a tocar, o velhote com 120 anos que já nem sequer se lembra do próprio nome e a boazona, provavelmente mais boazona que a flautista, mas também mais burra.

Sax-Alto (macho) - Secretamente sempre sonhou tocar oboé e está perfeitamente convencido de que o som do seu instrumento é igual a um violoncelo. Desfila com uma certa altivez e bastante elegância. Gosta de fazer vibrato e substituir o oboé e o corn inglês nos solos das obras do Jacob de Haan


Sax-Alto (fêmea) - Secretamente sempre sonhou tocar soprano mas, ou deram o instrumento a uma gaja boa, ou ao tecnicista da casa. Contudo, é extremamente aplicada e toca todas as peças do princípio ao fim sempre com o mesmo ar impávido e sereno, como se estivesse a fazer tricô. Normalmente é a primeira do seu grupo de amigas a casar e a ter filhos, apesar de não ser fisicamente vistosa. Nas bandas em que a farda inclui saia, passa o tempo a engendrar formas de esconder o seu “tesouro”.

Sax-Tenor (macho) - Tem a mania que é o “Jazz-man” lá do sítio e passa a vida a fingir que improvisa. Toca sempre “rasgadinho” e tem um certo prazer em abafar os altos. Não tem muita técnica e acha que uma banda não precisa de clarinete baixo para nada.

Sax-Tenor (fêmea) - Não suporta as flautistas em particular e as gajas boas em geral. Compensa a falta de sex-appeal com dedicação ao instrumento. Irrita-se facilmente com o facto de os seus colegas machos transformarem qualquer peça em jazz e está sempre a reclamar com tudo e com todos. Tem mais técnica que o macho mas muito menos power. Gostava mesmo era de tocar alto para mostrar o seu real valor.

Percussão - os gajos mais cool e estilosos da banda, são também aqueles que reúnem mais fãs no mundo extra-filarmónico, “sacando” gajas com mais facilidade. Para além de tocarem 398479328402394 instrumentos diferentes, conseguem tocar e falar, tocar e fumar, tocar e beber, tocar e olhar para as gajas boas, tocar e comentar as gajas boas, tocar e mandar piropos às gajas boas (diz a lenda que já houve um percussionista que teve uma gaja boa a prestar-lhe certos favores orais enquanto ele tocava… lendas?). Transportam sacos com 329847923874923 pares de baquetas diferentes mas que produzem todas o mesmo efeito sonoro: BARULHO!

Sem comentários: