Tomás Bacelos, de 23 anos, é considerado o «melhor» aluno do país a  entrar este ano na faculdade. A nota de entrada não deixa                               margem para dúvidas - 20 valores - , mas o  caso torna-se particular pelo facto deste jovem não ter terminado o  12.º ano da                               forma habitual, mas sim através das Novas  Oportunidades. 
A história é revelada este sábado pelo Expresso e  começa como                               a de muitos jovens. Tomás começou a ter  dificuldades em terminar o ensino secundário. Por muito que tentasse não  conseguia                               fazer a disciplina de matemática e os  vários chumbos fizeram com que desistisse da escola sem acabar o liceu. 
No  ano                               passado, conseguiu arranjar uma solução.  Inscreveu-se num Centro de Novas Oportunidades em Esposende, frequentou  os módulos                               de Saberes Fundamentais e Gestão e  conseguiu a equivalência ao 12.º ano. 
Agora entrou na  Universidade de Aveiro, no                               curso de Tradução, e, de acordo com as  listas do Ministério do Ensino Superior, é o aluno com a nota mais  elevada de entrada.                               
Os 20 valores que colocam Tomás no  topo da lista das melhores notas de entrada na faculdade não têm em  conta as notas                               do secundário, que Tomás não terminou.  Foram a nota que teve no exame nacional de inglês, a prova específica  para entrar no                               curso de Tradução. 
De acordo com a  lei, os alunos que concluíram o secundário através de vias que não  prevêem a atribuição                               de notas (o que acontece nos cursos do  programa Novas Oportunidades) e que querem aceder à Universidade  concorrem apenas com                               as classificações que obtêm nos exames  nacionais exigidos como provas de ingresso no curso que querem. A nota  que obtiverem                               nas provas de ingresso vale como nota de  conclusão do secundário. 
A situação é, por isso, permitida por  lei. Mas Tomás                               sente que beneficiou de uma injustiça.  «Para mim, foi óptimo, Mas é claro que é bastante injusto porque os  outros passam anos                               a esforçar-se para terem boas médias. Com o  Novas Oportunidades, uma pessoa que só tem o 7.º ano pode fazer o 9.º  em seis                               meses e a seguir, em ano e meio, consegue  tirar o 12.º. Se tiver sorte, pode passar à frente [no acesso à  universidade] e                               tirar o lugar às pessoas que fizeram esse  esforço. Conheço quem tenha entrado assim no ensino superior», admite  Tomás em declarações                               ao Expresso. 

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