A parte relativa aos números complexos, que corresponde à matéria leccionada nas últimas semanas de aulas, parece-nos bem concebida. As questões de probabilidades não são difíceis, sem caírem nos excessos de facilidade verificados em 2007 e 2008. A matéria de trigonometria, que é muito importante e cuja inclusão no exame faria subir o seu grau de dificuldade, é tratada marginalmente e vale menos de um valor em 20. A parte de funções tem perguntas razoáveis, mas pouco exigentes no cálculo (predominância de equações lineares). Julgamos que esta parte, em especial, deveria ser muito mais desenvolvida e exigente.
Algumas das questões da prova são rotineiras, por serem típicas de muitos exames e manuais. A
questão 7, por exemplo, relativa à função exponencial, é uma cópia da prova modelo de 1999, exercício 2. O raciocínio dedutivo continua a estar praticamente ausente da prova. Também não nos parece que o número de questões e o seu grau de dificuldade justifiquem uma duração de prova de três horas. É de salientar, no entanto, a rapidez com que o GAVE disponibilizou o enunciado e os critérios de correcção.
Em conclusão, apesar de o exame não ser trivial e testar adequadamente algumas partes do programa, não nos parece ainda que, na sua globalidade, cubra bem as matérias, com o grau de exigência necessário. Um desempenho positivo nesta prova não é ainda garantia de uma preparação adequada à saída do Ensino Secundário e entrada no Superior.
O Gabinete do Ensino Básico e Secundário
da Sociedade Portuguesa de Matemática
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