quinta-feira, 5 de novembro de 2009

SOBRE ARTE CONTEMPORÂNEA

Acerca da arte contemporânea (sobre a qual tudo se pode dizer sem dizer nada), fiz esta pequena reflexão, após uma pequena conversa que ouvi:

Recuso considerar a esquematicidade e as técnicas artísticas
como dimensão imprescindível e fundamental da arte.
A arte começa, a meu ver, na intersecção dos factores técnicos
com os factores culturais e humanos, isto é, na estruturação
e na formação do homem global onde assenta a verdadeira
expressão da vida, rampa de lançamento para as questões
da essência.

A arte é uma atitude quase intemporal e projectiva,
e não apenas uma habilidade, uma tecnologia, ou um modo
de inserção no que quer que seja. Desta forma, sendo ela
nuclearmente individuísta, não é individualista, podendo ser
tanto mais de cada um quanto mais livremente for de todos.
Daqui, a contradição entre a subjectividade da consciência artística
e a perversa orientação no sentido das influências,
sejam elas quais forem.

A arte não assinala os passos nem se mede a metro
ou a baldes de tinta. Os passos e as medidas pertencem
ao mundo da moda, e a moda, como mistificação dialéctica,
é a morte da arte.

Adão, in Aventar

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