terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

RESUMO DE NOTÍCIAS DE 10 DE FEVEREIRO DE 2009

Governo· Sócrates evita deslocar-se à Madeira (Diário de Notícias)Jorge Lacão chega hoje ao Funchal para apresentar a moção de José Sócrates aos socialistas madeirenses. João Carlos Gouveia, líder regional, recusou comentar ao DN a razão, muito menos adjectivá-la como uma "desconsideração" para os madeirenses que votaram PS, que o secretário-geral do partido se faça substituir nesta deslocação à ilha. Aliás, o deputado do PSD/M, Coito Pita, já disse que o partido da maioria "não acredita que [José Sócrates] tenha essa vontade, e seria pouco sério vir neste momento, em época de campanha pré-eleitoral". · "Um PSD fraco prejudica o PS", afirma Vitorino (Diário de Notícias)A fraqueza de Manuela Ferreira Leite na liderança do PSD torna mais difícil a obtenção da maioria absoluta do PS nas próximas legislativas por impedir mecanismos de voto útil. Esta é a conclusão expressa ontem por António Vitorino nos habituais comentários semanais na RTP, face aos resultados das últimas sondagens. O PS, que "poderia beneficiar de uma certa lógica de voto útil" se o PSD estivesse próximo da vitória, fica sem esse argumento "ao não haver dúvidas sobre quem vencerá as eleições", disse o dirigente socialista. · Governantes do PS são menos ricos que os opositores do PSD (Jornal de Negócios)Mário Lino, Severiano Teixeira e Mariano Gago são os ministros com mais património financeiro declarado - superando os 300 mil euros em várias aplicações. Estes são valores que ficam bem atrás do património financeiro de destacados membros do PSD, como Rui Rio, Aguiar Branco ou Jorge Neto, com valores declarados entre os 500 e os 700 mil euros. O campeão da riqueza financeira entres os políticos é, de longe, António Borges que, mesmo com a forte queda na bolsa que afectou as suas acções da Goldman Sachs, terá um património financeiro superior a 2,5 milhões de euros. Estas contas não levam em consideração a totalidade do património, excluindo, por exemplo, o património imobiliário, as participações em sociedades, e alguns títulos financeiros cuja valorização actual não consta nas declarações de rendimentos consultadas, e sobre os quais o Negócios não obteve uma avaliação. Em alguns casos a inclusão deste património faria muita diferença Um dos principais exemplos é o do ministro Mário Lino. · Sócrates entre os 16 que não poupam (Jornal de Negócios)As notícias da últimas semanas relacionadas com o caso Freeport têm centrado as atenções nos potenciais rendimentos e património do primeiro-ministro. Uma consulta à sua última declaração de rendimentos depositada no Tribunal Constitucional revela que está entre os menos ricos dos 95 titulares de cargos políticos consultados. Aos 51 anos, José Sócrates declara não ter quaisquer poupanças em produtos financeiros (sejam depósitos a prazo, fundos, PPR, seguros ou outros produtos) e resume o seu património a 500 acções do Benfica, um Mercedes e um apartamento - já muito citado nos últimos dias - na Rua Brancaamp, em Lisboa Fica por saber se o primeiro-ministro tem aplicações em depósitos à ordem, uma vez que a Lei não obriga à inclusão de informação sobre este tipo de depósitos, embora vários titulares o façam. Sobre as suas dívidas, o primeiro-ministro diz apenas na declaração de Março de 2008, como aliás nas anteriores, que pediu um empréstimo em 1998 à CGD, ainda em escudos, no valor de 15 mil contos, não revelando se fez qualquer amortização ao longo dos últimos anos. · "Já assisti em 2003 e 2004 a uma tentativa de decapitação do PS" (Jornal de Notícias)Augusto Santos Silva garante que existem "poderes ocultos" empenhados em destruir política e moralmente José Sócrates com o "caso Freeport". Ministro dos Assuntos Parlamentares recorda a anterior tentativa de "decapitação" do PS através do processo da Casa Pia. Santos Silva admite que o PS ainda pode chegar a um entendimento com Cavaco Silva sobre a lei eleitoral dos emigrantes e garante que a palavra de Cavaco Silva "conta sempre muito". · Governo: Sócrates condena proteccionismo ou desregulação social na crise (Lusa) O primeiro-ministro condenou hoje as vias do proteccionismo ou da desregulação social como resposta à actual crise, defendendo em contrapartida os valores do modelo social europeu na construção da nova ordem mundial económica e financeira. A posição de José Sócrates na 8ª Conferência Regional Europeia da Organização Internacional do Trabalho 8OIT), que juntou delegações de 51 países europeus no Centro de Congressos de Lisboa.Falando sobre o tema da conferência, "o trabalho e a crise económica", o primeiro-ministro português advertiu as delegações internacionais que os países "têm de evitar a armadilha do proteccionismo", porque isso "representaria um passo atrás para o mundo".

Oposição· Sondagens e Marcelo pressionam Ferreira Leite (Diário Económico) // Distritais saem em defesa de Ferreira Leite (Diário de Notícias)Manuela Ferreira Leite não cede às sondagens que lhe dão a pior imagem de sempre de um líder do PSD, nem os discursos polémicos que alertam para "um ponto sem retorno" no partido devido à imagem da sua líder. Ontem, Ferreira Leite garantiu: "Continuarei a defender o bem-estar e a evolução do País e, contra isso, ninguém me vai demover". Uma resposta directa a Marcelo Rebelo de Sousa, que, no último domingo na RTP, considerou que o PSD caminha para "um ponto sem retorno" devido, em grande parte, à actuação da líder. O PSD arrisca-se a "deixar de concorrer para ganhar, passar a concorrer com o PP, o PCP e o Bloco para tirar a maioria ao PS e perder por poucos". Durante o dia, as críticas do professor fizeram as distritais do PSD assumir a defesa pública da líder com discursos de união e levaram Ferreira Leite a responder, em conferência de imprensa, que não irá trabalhar para as sondagens falando em "fantasias" e acredita que a história lhe vai dar razão e "dizer quanto foi errada toda esta política do PS". · PSD exige que Sócrates defina "rico" (Diário Económico)A proposta de alívio fiscal que tira aos ricos para dar aos pobres anunciada por José Sócrates "não é exequível, é uma fantasia", garante Ferreira Leite. A presidente do PSD acha mesmo que a proposta do secretário-geral do PS que prevê "uma melhor distribuição do esforço fiscal, limitando as deduções de que hoje beneficiam os titulares de rendimentos muito elevados para que possam beneficiar mais aqueles que têm rendimentos médios" - não tem qualquer eficácia e efeitos práticos. Até porque, o conceito de "rico" não é visto por todos da mesma forma."É necessário que o PS defina exactamente as classes que considera que são ricas. Provavelmente a concepção não é a mesma que eu tenho. Não considero ricas as pessoas que estão numa classe média alta", explicou ontem Ferreira Leite. · Jardim aposta em diplomacia parlamentar (Diário de Notícias)O Líder da Assembleia Regional da Madeira recebido pelo Presidente da República e ministro dos Assuntos Parlamentares Miguel Mendonça, presidente da Assembleia Legislativa da Madeira (ALM), foi ontem foi recebido pelo Presidente da República (PR), pelo presidente da Assembleia da República, pela líder do PSD, Manuela Ferreira Leite e pelo ministro dos Assuntos Parlamentares, numa derradeira tentativa de "reatar" o diálogo institucional entre os governos nacional e regional. Neste contexto, Mendonça convidou Jaime Gama a visitar em Março a região autónoma. Em simultâneo, mas no Funchal, Jaime Ramos, líder parlamentar do PSD/M, acusava Sócrates de "discriminação total" em relação à Madeira e criticava "a passividade" do Presidente perante uma situação de "colonização". · Marcelo recua nas críticas à líder do PSD (Jornal de Notícias)Menos de 24 horas após ter augurado para o PSD um "ponto de não retorno", Marcelo Rebelo de Sousa suaviza críticas. Manuela Ferreira Leite não se demove. Hoje anuncia uma ciclo de debates programáticos. Afinal foi apenas "uma chamada de atenção". Ontem, Marcelo Rebelo de Sousa pôs água na fervura das críticas que lançara a Manuela Ferreira Leite na véspera, e afirmou aos jornalistas - à margem da apresentação do livro "Seja mais Esperto que a Crise", de Luís Ferreira Lopes, na Fnac do Chiado - que a crítica à líder do PSD não passou de uma "chamada de atenção" motivada pelas sondagens, que revelam que algo "não está bem". Marcelo manda líder correr o País (Correio da Manhã)As declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, na RTP, que se avizinhavam como a sua retirada oficial de apoio a Manuela Ferreira Leite na li derançado PSD, afinal, não passam de um problema de "imagem". No lançamento do livro 'Seja mais esperto que a crise', de Luís Ferreira Lopes, o professor falou aos jornalistas a garantir que está com a pre sidentelaranja, é "a escolha correc ta"mas tem de ir para o terreno o mais depressa possível. Uma hora antes, Manuela Ferreira Leite avisava, na sede do PSD, que não trabalha para sondagens, mas para o País. Nada a demove e até a História, um dia, lhe dará razão pelas políticas que considera erradas do Governo PS.· "Faço sempre aquilo que entendo fazer" (Correio da Manhã)"Faço sempre aquilo que entendo que devo fazer" Foi desta forma que Manuel Alegre respondeu aos sinais indicadores de uma crescente expectativa do BE em relação à eventual ruptura do histórico socialista com o próprio partido. Sem fazer mais comentários sobre uma tese que ao longo dos tempos ganha consistência, o deputado do PS considerou "normais" as conclusões saídas da VI Convenção do BE e revelou que já esperava dos bloquistas uma posição a favor da criação de "uma esquerda grande" e "anti -capitalista"

Opinião· O seguro de Sócrates (Diário Económico)Em artigo de análise João Cardoso Rosas afirma que uma forma de aquilatar da robustez de uma liderança partidária consiste em atentar naquilo que os adversários dizem dela. Quando Ferreira Leite e a sua equipa assumiram a liderança do PSD, notou-se alguma preocupação pelas bandas do PS. Quase não havia um discurso de Sócrates em que a líder do partido adversário não fosse referida entrelinhas. Mas agora estamos numa nova fase. Sócrates e os seus ministros passaram a ignorar o que dizem Ferreira Leite, António Borges, ou outros que tais.

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