segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

RESUMO DE NOTÍCIAS DE 16 DE FEVEREIRO DE 2009

Governo· Sócrates rejeita novas medidas contra a crise (Diário Económico)Poucos dias depois de conhecidos os piores números dos últimos 16 anos que dão a economia portuguesa a cair 2%, Sócrates dirigiu-se aos portugueses, na pele de secretário-geral do PS, para insistir que as medidas já anunciadas como fórmula para combater a crise são suficientes e sem somar ao discurso nenhuma novidade. Após ser reeleito líder socialista com 9643% dos votos, o primeiro-ministro voltou a insistir nas soluções que preparou na moção que leva ao Congresso do fim do mês sem acrescentar qualquer medida excepcional, apesar dos apelos da oposição e do seu próprio partido. Para quem espera dele uma mudança de rumo, deixou um aviso: "O tempo é de responder com determinação e rigor à crise. Não é tempo para aventuras, demagogias ou populismos". Por isso, o Governo vai "prosseguir com as reformas" e logo após o Congresso será lançado um "grande debate nacional, no quadro das Novas Fronteiras, para lançar a plataforma eleitoral". Mas as medidas arquitectadas pelo Governo para combater a crise não satisfazem a oposição e os apelos para que dê mais soluções aos portugueses têm vindo de todos os lados. Já esta semana o CDS-PP vai requerer a realização de um debate parlamentar sobre a situação económica, defendendo que o Governo "tem a obrigação de tomar mais medidas" neste domínio, avançou ontem Paulo Portas. "Os números são piores do que alguma vez o governo estimou ou reconheceu. · Partidos estão prontos para a campanha eleitoral (Diário Económico)O relógio para as eleições de 2009 já começou a contar. Chegou a hora de montar as tribunas, erguer as bandeiras, definir os 'slogans', afinar as vozes e mobilizar multidões. Eleitos que estão todos os líderes das principais forças políticas, o tiro de partida para as pré-campanhas eleitorais já pode ser dado. As estratégias estão alinhadas e a palavra de ordem é: aparecer no terreno. As agendas começam a estar preenchidas com comícios, conferências de imprensa, visitas estudadas a sítios estratégicos e as mensagens começam a ser lançadas na rua. O PS já deu o mote. Elegeu, com 96,43% dos votos novamente José Sócrates como secretário-geral, não deixando margem para dúvidas: "Elegeu 1.700 delegados dos 1.730, o que revela um apoio esmagador à sua estratégia", explicou ao Diário Económico, Capoulas Santos. · Cavaco lembra ser preciso pensar para além de 2009 (Jornal de Negócios)O Presidente da República, Cavaco Silva, alertou na sexta-feira para a necessidade de haver uma "visão que ultrapasse 2009", ano em que a prioridade deve ser a manutenção dos empregos em Portugal. "Não podemos de maneira nenhuma deixar hipotecas de grande dimensão para as gerações que virão depois de nós", avisou Cavaco Silva, elogiando, porém, "algumas coisas que têm vindo a ser feitas" pelo Governo. De visita ao Tramagal, concelho de Abrantes, o Presidente sublinhou também a importância do empreendedorismo para vencer a actual crise e combater o desemprego. · Governo admite reforçar medidas para o emprego (Jornal de Negócios)O Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social reconheceu que a situação económica do País é mais negativa do que a esperada e vai obrigar ao reforço das medidas em defesa do emprego. "Os meios que temos têm que ser mobilizados de forma mais intensa para fazer face à crise económica", disse o ministro Vieira da Silva, à margem de uma reunião da Organização Internacional do Trabalho. No final de uma semana em que se repetiram os despedimentos em várias empresas, o governante disse que as medidas em curso para defesa do emprego têm de ser usadas com "mais intensidade".
· José Sócrates lança a rede a independentes para construir plataforma eleitoral do PS (Público)Cerca de dois terços dos militantes alhearam-se das "directas". Sócrates conseguiu 1700 delegados, Fonseca Ferreira 21 e António Brotas apenas um. José Sócrates fez ontem um piscar de olhos aos independentes que estão próximos do PS. Na primeira declaração após as eleições directas, o líder socialista anunciou que logo a seguir ao congresso irá lançar um "grande debate nacional, aberto e público, no quadro do movimento Novas Fronteiras, para a elaboração da plataforma eleitoral" com que o partido se apresentará nas eleições. Num discurso de poucos minutos e três páginas A4, o secretário-geral reeleito mencionou por três vezes os independentes, "vindos dos sectores mais dinâmicos da sociedade portuguesa" e que têm colaborado com o PS, "um partido aberto à sociedade". Disse mesmo que encarava a reeleição como uma responsabilidade perante os membros do partido, os independentes e os portugueses - e abriu-lhes, convidativo, as portas de par em par. · A identidade ideológica do PS (de novo) em redefinição? (Público)Em artigo de opinião André Freire afirma que "num debate sobre as moções que irão ao próximo congresso do PS, Augusto Santos Silva foi confrontado com as seguintes declarações de Edmundo Pedro: "Pessoas que estão no aparelho de Estado que me diziam 'Não posso pronunciar-me, porque tenho medo'; não é admissível no partido (PÚBLICO, 6/2/09)." A isto respondeu Augusto Santos Silva que, primeiro, tais críticas eram "minudências" e "exercícios de autoflagelação" e, segundo, declarou: "Eu cá gosto é de malhar na direita e gosto de malhar com especial prazer nesses sujeitos e sujeitas que se situam de facto à direita do PS. São das forças mais reaccionárias que eu conheço e que se gostam de se dizer de esquerda plebeia ou chique [idem]." Obviamente, este tipo de afirmações não qualifica o debate político. E é muito preocupante que se evite discutir as acusações de que há medo no PS. Até porque é difícil "fazer de conta" que não tem havido inúmeros traços de arrogância, intimidação e autoritarismo por parte do Governo, a contrario da tradição socialista (veja-se o corajoso artigo de Mário Crespo no/N, 9/2/09: "Façamos de conta que nada aconteceu com o professor Charrua e que não houve indagações da polícia antes de manifestações legais de professores")". · Obama escreve a Cavaco e a Sócrates carta parecida (Público)O Presidente da República e o primeiro-ministro receberam na passada semana, cada um, uma carta do Presidente dos Estados Unidos, em que Barack Obama reconhece a importância do relacionamento com Portugal e manifesta o desejo de trabalhar com os dirigentes nacionais para "edificar um mundo mais seguro". "Estou confiante em que poderemos trabalhar em conjunto, nos próximos quatro anos, num espírito de paz e amizade, com vista a edificar um mundo mais seguro. É meu desejo trabalhar com Vossa Excelência nesse esforço e na promoção das boas relações entre os nossos países", lê-se na missiva. As mensagens são ambas muito parecidas. Barack Obama agradece as felicitações enviadas por Cavaco Silva e por José Sócrates a 5 de Novembro, quando o novo Presidente dos Estados Unidos foi eleito, manifestando-se muito sensibilizado com a missiva que apreciou "particularmente".

Opinião· Justiça, simplicidade e bom senso (Jornal de Negócios)Em artigo de opinião Manuela Arcanjo considera que "em período de preparação do Congresso do Partido Socialista (PS), José Sócrates anunciou, com entusiasmo, a nova bandeira política para a próxima legislatura: a redução das deduções para os ricos de modo a aliviar a carga fiscal da classe média. Com os partidos da oposição à esquerda do PS, e mesmo no interior deste, a acentuarem a necessidade de maior justiça social, o termo classe média ganha uma enorme importância eleitoral, na razão directa do seu peso na sociedade. As reacções, como se esperava, foram muitas e diversas: de intenção eleitoralista a "pura fantasia", de medida justa a medida ineficaz. Sendo certo tratar-se de um anúncio eleitoralista, a sua eventual concretização suscita múltiplas questões mas nenhuma delas no domínio da fantasia.

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