segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

RESUMO DE NOTÍCIAS DE 14 DE FEVEREIRO DE 2009

Governo· Sócrates quer voto maciço (Sol) // Abstenção é a única dúvida no PS (Diário de Notícias)José Sócrates quer uma mobilização esmagadora dos militantes socialistas que, entre ontem e hoje, o vão reeleger para um novo mandato à frente do PS. Esta é a resposta que o líder socialista e a sua equipa esperam dar ao desgaste resultante das suspeições sobre o seu envolvimento no caso Freeport e da crise nacional, mostrando que, apesar das dificuldades, o partido está motivado para lutar de novo por uma maioria absoluta. Há dois anos, cerca de 26 mil militantes foram às urnas para votar em Sócrates, já primeiro-ministro e único candidato na corrida interna. O recorde de participação, porém, tinha sido atingido em 2004, quando o partido se dividiu entre três candidatos: Sócrates, Manuel Alegre e João Soares. · Elisa Ferreira quer Porto como "novo coração do Norte" (Público)Elisa Ferreira apresenta na próxima quinta-feira a sua candidatura à presidência da Câmara do Porto, um desafio que, na opinião da eurodeputada, representa "o maior desafio da sua carreira". A cerimónia está marcada para o final da tarde no edifício da Alfândega do Porto, e a presença do secretário-geral do PS, José Sócrates, que ainda no passado fim-de-semana disse que queria ser convidado para estar na apresentação da candidatura, está apenas dependente da sua própria agenda. Relançar o Porto para que ele seja "o novo coração do Norte", é o objectivo central da candidatura de Elisa Ferreira, uma independente, próxima da área do PS. Numa recente entrevista, a ex-ministra do Ambiente disse que vai a votos "claramente para ganhar" e propor aos portuenses "um modelo e um projecto para a cidade radicalmente diferente do actual". · Votar em Sócrates, um líder que "não pode fazer mais" (Público)As directas para a eleição do líder do PS começaram ontem em todo o país, num sufrágio com um único candidato (José Sócrates) que se prolonga hoje e em que os dirigentes receiam uma abstenção elevada. Na maior secção do PS de Lisboa, na Avenida Almirante Reis, com pouco menos de 500 militantes, a fila para a mesa de voto começou a formar-se ordeiramente cerca das 19h. Seriam umas dez, 15 pessoas. António Brotas, autor de uma das três moções em debate, é militante da secção e candidato a um dos 1700 lugares de delegados ao congresso, cuja maioria é eleita hoje. Queixou-se da falta de atenção dos media à sua moção, Democracia e Socialismo, embora diga que para o universo dos militantes "até teve boa divulgação" no Acção Socialista. · Sócrates reeleito pela segunda vez sem opositor (Público)Eleito em 2006 com quase 97% dos votos, o secretário-geral do PS volta hoje à cidade beira que, no início dos anos 80, assistiu às primeiras ofensivas às estruturas socialistas locais. Quase 20 anos depois, governa o partido e o país. José Sócrates vota hoje em si mesmo, como único candidato ao cumprimento de mais um mandato como secretário-geral do PS, na secção da Covilhã, uma das 730 envolvidas no sufrágio. Na cidade onde viveu até aos 18 anos e depois de ter estado a estudar no Instituto Superior de Engenharia de Coimbra, quando se empregou como técnico da área do urbanismo na Câmara Municipal, quem conheceu o Zé Pinto sabe já a hora a que ele vai votar (ler reportagem na edição de amanhã). Dois dias antes, já se faziam telefonemas para confirmar a hora da chegada, no sábado, do famoso conterrâneo.
· Afinal ele também é de esquerda (Expresso)Bom discípulo dos que escolhe para mestres, José Sócrates soube colher os ensinamentos do filósofo espanhol Ortega Y Gasset e assume que não podemos dissociar o que somos da nossa circunstância. Em Abril de 2002, no estertor do guterrismo, o então ministro do Ambiente (prestes a deixar de o ser) recusava derivas à esquerda dentro do Partido Socialista: "A afirmação do PS faz-se ao centro", dizia numa entrevista ao Expresso, a mesma onde distinguia entre quem está no Governo e quem não está como chave de interpretação para posicionamentos ideológicos diferentes dentro do mesmo partido: "Os que estão sempre a falar da esquerda, da esquerda, da esquerda, estavam foram do Governo. Porque quando se está no Governo o mais importante é responder aos problemas do país".
· Dias Loureiro mentiu à Comissão de inquérito (Expresso)Nunca ouvi falar nesse fundo". Foi com esta clareza que Manuel Dias Loureiro respondeu aos deputados que o questionaram sobre o Excellence Assets Fund na Comissão Parlamentar de Inquérito ao Banco Português de Negócios (BPN). E tem ideia de o BPN ou a Sociedade Lusa de Negócios (SLN) alguma vez terem adquirido este fundo?" — perguntaram então os deputados. "Não, não tenho", voltou a responder o ex-administrador da SLN. Foi assim que Dias Loureiro abordou o tema do Excellence Assets Fund na Comissão. Mas os factos são outros. O Excellence é parte decisiva nos dois documentos fundamentais do negócio. E os dois têm a assinatura do actual Conselheiro de Estado (a que o Expresso teve acesso). No início do negócio foi neste fundo que ficou estacionada a participação do BPN em Porto Rico e o fundo voltou a ser parte no contrato que encerrou o negócio em 2002. · PS volta a enfrentar votação perigosa (Diário de Notícias)A maioria PS viverá novamente na próxima semana momentos de alta tensão. Manuel Alegre promete votar a favor de propostas da oposição para acabar (no todo ou em parte) com as taxas moderadores dos serviços de saúde. Estarão em causa, na quinta-feira, projectos do CDS, PCP e Bloco de Esquerda. Os três partidos deverão unir-se no voto a favor. E Paulo Rangel, líder parlamentar do PSD, afirmou ontem ao DN que o partido não decidiu ainda o sentido de voto, mas lembrou que os sociais-democratas são favoráveis ao fim das taxas moderadoras nas cirurgias de ambulatório e nos internamentos (objectivo da proposta de centristas e bloquistas). O que volta a desenhar o cenário de o PS ver tremida a maioria absoluta na Assembleia da República, face ao voto "dissidente" dos alegristas.

Oposição· Ferreira Leite adopta estratégia de Durão (Sol)Manuela Ferreira Leite está apostada em seguir a mesma estratégia que Durão Barroso adoptou quando liderava o PSD, na oposição a António Guterres. Não responde aos ataques internos e resiste, sem ceder, contra aqueles que a acusam de falta de capacidade de liderança, falta de estratégia, e de estar a conduzir o PSD para um desastre eleitoral. É a estratégia do 'saco de boxe', que o actual presidente da Comissão Europeia celebrizou. «É igual. Já vi isto tudo com Marcelo Rebelo de Sousa, que não aguentou e foi-se embora, e com Durão Barroso. É um filme requentado que, infelizmente, é de uma grande utilidade ao PS, esse sim que está dividido e à beira de uma ruptura», afirmou ao SOL José Luís Arnaut, ex-secretário-geral de Marcelo e de Durão Barroso e destacado apoiante de Ferreira Leite. «O PSD devia dar o exemplo de unidade e aproveitar este momento para se afirmar como uma verdadeira alternativa ao Governo socialista. Mas alguns do PSD, com total desacordo das bases como se percebeu, preferem prestar um mau serviço ao partido», acrescentou o responsável pelas Relações Internacionais do PSD, que deixa o aviso: «O partido já reagiu. E não gosta disto». · Passos Coelho insiste (Sol)Pedro Passos Coelho, o principal adversário interno da líder do PSD desde as directas, não desarma. «Saber se Manuela Ferreira Leite se sente em condições anímicas para levar uma mensagem positiva ao país e de catalisar a mudança necessária é uma avaliação que só ela pode fazer. E eu tenho a certeza de que ela a fará», voltou a insistir esta semana, depois de um almoço do American Club, em que foi convidado de honra. Sublinhando que o projecto alternativo do PSD «está longe» de ser conhecido, Passos Coelho reiterou que não vai ser ele o responsável por uma ruptura. Ferreira Leite «é a líder legítima do PSD», recordou, para logo acrescentar que a presidente dos sociais-democratas tem beneficiado das «melhores condições internas para trabalhar, com o apoio do partido em geral». Mas a mensagem não passa e «os resultados estão longe de serem alcançados», vaticinou. Ainda assim, reconheceu que as medidas de combate à crise que a líder tem defendido «estão correctas». · Ferreira Leite troca o gabinete pelo terreno (Semanário Económico) // Líder do PSD teve o primeiro banho de multidão no dia em que pediram a sua cabeça (Público) A líder do PSD não ficou surpreendida quando, ontem, Ângelo Correia disparou aos microfones da rádio que, por ele, Manuela Ferreira Leite "saía já amanhã". Ferreira Leite andava por Coimbra, onde se encontrou com empresários e estudantes e onde à noite fez um comício. A sua boa disposição era evidente, até porque ontem os números do INE, se apresentaram como um aliado forte para que o PSD combata nos próximos meses o Governo de Sócrates. O discurso positivo era, aliás, uma tónica constante na sua direcção política. Aguiar - Branco era ontem claro: "Chegou a hora da verdade. Com cabeça, tronco e membros vamos mostrar ao País as propostas consolidadas que temos andado a preparar ".· Líder do PSD crítica medida contra os ricos (Jornal de Notícias)Depois de "humilhar" e "descredibilizar" professores, agricultores, juízes, militares e outros funcionários públicos, o primeiro-ministro quer aumentar mais a "crispação social", com a proposta de agravamento da carga fiscal dos "ricos", afirmou a líder do PSD, num jantar-comício realizado ontem à noite, em Coimbra, com cerca de mil pessoas. Num pavilhão desportivo aonde acorreu mais gente do que previsto, levando a organização a montar, à última hora, mais umas quantas mesas para os comensais, o bombo da festa foi, como esperado, o Governo e as medidas que vêm tomando ou anunciando para combater a crise. · Ferreira Leite já tem 'marketeers' (Expresso)Manuela não quer agências de comunicação mas o PSD fez-se à vida. Estudaram-lhe a imagem. "Verdade" é o 'slogan' possível Agostinho Branquinho, o homem que vai dirigir as três campanhas eleitorais do PSD — para as eleições europeias, legislativas e autárquicas — confirmou-o ao Expresso: apesar da líder do partido ser avessa a agências de comunicação, ele próprio, em colaboração com vice-presidentes do partido e com conhecimento da líder, montou "uma estrutura com pessoas ligadas à área da comunicação" para ajudar Ferreira Leite e o PSD a recuperarem nas sondagens. "Recrutei pessoas ligadas ao sector, criativos, ccpywriters e criadores de conceitos, e criei uma estrutura que funciona na área da direcção de campanhas do partido", explica Branquinho, que em tempos teve uma agência de comunicação. · Ferreira Leite acusa Sócrates de faltar à verdade (Diário de Notícias) "O PSD é a única esperança dos portugueses e nós não os podemos desiludir", diz Manuela Ferreira Leite, convencida de que se as propostas do seu partido tivessem sido aceites "a situação económica" do País "estaria melhor e o desemprego não aumentaria como está a acontecer". O PSD é "a alternativa" ao PS, pela sua "implantação" e pelas "provas que tem dado de que sabe melhor" que os socialistas do que o País precisa, afirma a líder laranja que falava, ontem, à noite, num comício, em Coimbra. Mais do que no seu partido, Ferreira Leite centrou o discurso, nas críticas ao PS, ao Governo e, sobretudo, a Sócrates. "Mais uma vez não se disse a verdade ao País", pois, se tivesse sido dita, o decréscimo, de dois pontos, do PIB português, no último trimestre de 2008, ontem divulgado, "não seria uma novidade", acusa.

Opinião· Campanha negra, parte dois - Editorial (Público)Ao manter o "Pinóquio" no cartaz da jota, o PSD posse ajeito e acabou por ficar ligado aos supostos promotores da "cobarde campanha negra"que Sócrates alega estar em curso contra a sua pessoa Há um cartaz espalhado pelo país que se transformou num espinho cravado no debate político e ameaça a estratégia do PSD. Ao colocar nas ruas a imagem de José Sócrates retratado com o nariz comprido de Pinóquio, a JSD exibiu "irreverência" (adjectivo de Manuela Ferreira Leite), qualidade que, com complacência, se tolera nos actos das juventudes partidárias. Mas a mensagem subliminar do cartaz vai muito além da intenção de dizer com a graça dos mais novos que o primeiro-ministro é um crónico incumpridor de promessas ou um reincidente promotor de palavras falsas. · O PAULINHO SANTOS DO PS (Expresso)Em artigo de opinião Ricardo Costa afirma que "Augusto Santos Silva parece um soldado japonês esquecido numa ilha do Pacífico depois da guerra acabar. Prossegue a sua missão, procurando inimigos em todos os lados, a qualquer hora do dia, seja por que razão for. Proponho aos leitores um pequeno desafio: tentem passar um dia sem ver ou ouvir o ministro Augusto Santos Silva a dizer mal de alguém ou a defender José Sócrates com uma entrega embaraçosa. Não se esforcem muito. Se não for por causa de Manuel Alegre, é porque o PSD disse qualquer coisa. Se não for porque o Bloco ou o PCP falaram, é porque a Conferência Episcopal emitiu uma opinião. Se não for por causa do Freeport, é porque ele viu uma campanha negra quando abriu o estore. Sinceramente não percebo bem o que se passa no PS nas últimas semanas. O caso Freeport justifica muita coisa. Mas não justifica todos os exageros, sobretudo os que Augusto Santos Silva tem protagonizado, atacando violentamente Alegre (numa semana em que este esteve a negociar com Sócrates!), usando com a oposição uma linguagem que a oposição agradece (uma espécie de Chão da Lagoa sem álcool) e com a Igreja uma rapidez pouco própria da instituição".

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