terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

GREVE NA "PRAFIL LDA"

No passado dia 9 de Fevereiro de 2009, realizou-se uma greve numa das fábricas de indústria têxtil do nosso país. Desta vez é a unidade fabril PRAFIL Lda. situada em Paços da Serra no concelho de Gouveia. Há vários anos que a situação se tem vindo a agravar e mesmo após 70 trabalhadores terem aceite a suspensão, os cerca de 40 trabalhadores restantes na fábrica estão com 4 meses de salários em atraso, sem contar com os subsídios. A situação é grave e da entidade patronal não se vê qualquer espírito de abertura para se resolver esta situação tão injusta para os trabalhadores. A greve teve início por volta das 6h30min, hora de início do primeiro turno do dia, e continuou até à hora de encerramento normal da empresa (17h).

Hoje, dia 10 de Fevereiro de 2009, quem passar pelas instalações da referida fábrica deparar-se-á com um cenário idêntico àquele descrito no parágrafo anterior visto que da entidade patronal não se obteve qualquer resposta à greve dos trabalhadores, nem mesmo com a presença e a pressão da estação televisiva S.I.C..

Caso a situação não se resolva nos próximos dias, a greve dos trabalhadores continuará até que se tracem linhas firmes de orientação para a empresa. Resta desejar que esta situação não se arraste por muito mais tempo e que os trabalhadores vejam concretizadas as suas exigências pois delas têm direito.

3 comentários:

Anónimo disse...

A entidade Patronal desta e de tantas outras indústrias que tudo fizeram (e com muito esforço) para criar postos de trabalhos em locais tãos inóspitos como esse, e que proporcionaram aos seus trabalhadores vidas diferentes aos seus filhos, são também eles TRABALHADORES e por essa razão encontram-se na mesma situação de NÃO RECEBIMENTO DE SALÁRIO como os seus trabalhadores. Será que merecem também?

Edgar Arcanjo disse...

Saudações anónimo:

Em primeiro lugar tenho de agradecer a visita a este meu espaço na internet e o comentário redigido e nele colocado. Seria mais fácil a comunicação e a credibilização desse comentário se fosse assinado em vez de se tratar de um comentário anónimo. Mas está no seu pleno direito não se querer identificar. Por me ser um assunto particularmente próximo e por ser sensível a ele, achei por bem também eu fazer um comentário ao seu comentário.
O esforço e a dedicação para a criação de postos de trabalho por parte das entidades empregadoras nesta zona do país (e não concordo que seja um “local inóspito” pois tal adjectivo é sinónimo de hostil, inabitável, desprotegido e desabrigado, adjectivos esses que não se encaixam de todo nesta zona pois nela existe actividade de qualidade que em grande parte supera a dos grandes centro urbanos) não é por mim posta em causa. A melhoria das condições de vida dos filhos dos trabalhadores de tais empresas não se deve aos patrões mas sim ao trabalho dos empregados que labutaram muito durante uma vida inteira e por vezes com salários que não eram o reflexo do suor que deixaram na empresa. As empresas não se formam nem subsistem graças aos patrões mas sem graças aos trabalhadores. Agora, a gestão e direcção das empresas, essas sim, são da responsabilidade e competência da entidade empregadora. A partir do momento em que os sinais exteriores de riqueza por parte dos patrões e os seus eventuais investimentos em projectos alheios à empresa que se encontra em risco são mais do que evidentes, a entidade patronal perde qualquer credibilidade e fica despida de argumentos! Acha que consegue ter uma vida minimamente confortável e fazer uma poupança, uma pessoa com apenas 450€ mensais e agora se vê com 5 salários em atraso (cerca de 2250€), acrescendo o facto de terem empréstimos da habitação própria permanente, filhos no ensino universitário, entre outros?...

Pedro Moura disse...

http://www.youtube.com/watch?v=I7_Z9Dzu4Mo